terça-feira, 31 de dezembro de 2013
sexta-feira, 27 de dezembro de 2013
Uma dama para um FTM: Caixa de Pandora - Desmistificando o Artigo
Uma dama para um FTM: Caixa de Pandora - Desmistificando o Artigo: Após longos meses de muitas guerras, brigas, idas e vindas. Resolvi “aceitar” a transição. O problema não era aceitar como homem,...
Neto Lucon: Lista NLucon: As travestis, as mulheres transexuai...
Neto Lucon: Lista NLucon: As travestis, as mulheres transexuai...: A temática trans – das travestis, mulheres transexuais e dos transhomens – esteve na mídia durante todo o ano de 2013. A exposição de ...
quarta-feira, 18 de dezembro de 2013
Neto Lucon: Transhomem Jackson Tyller diz: ‘A testosterona foi...
Neto Lucon: Transhomem Jackson Tyller diz: ‘A testosterona foi...: O paulistano Jackson Tyller Macalister , de 29 anos, encontrou há um ano o passaporte para a felicidade: a testosterona. O jovem, que na...
terça-feira, 17 de dezembro de 2013
segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
Neto Lucon: ‘Tenho orgulho de ser homem transexual’, diz polon...
Neto Lucon: ‘Tenho orgulho de ser homem transexual’, diz polon...: "Ser homem significa se identificar como um, sentir que é a palavra que melhor te define dentro das identidades Por Neto Lucon ...
domingo, 15 de dezembro de 2013
sábado, 14 de dezembro de 2013
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
domingo, 8 de dezembro de 2013
sábado, 7 de dezembro de 2013
segunda-feira, 2 de dezembro de 2013
sexta-feira, 29 de novembro de 2013
terça-feira, 26 de novembro de 2013
sábado, 23 de novembro de 2013
sexta-feira, 22 de novembro de 2013
quinta-feira, 21 de novembro de 2013
sexta-feira, 15 de novembro de 2013
Neto Lucon: Entrevista João Nery
Neto Lucon: Entrevista João Nery: ‘Não me tornei homem. Sou um trans homem’ Por Neto Lucon Foto: Alex Brito “E stou aqui para dissolver as normas de gênero.”, declar...
quinta-feira, 14 de novembro de 2013
Documentário Marise Felix
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quarta-feira, 13 de novembro de 2013
CAUBY PEIXOTO - MOLAMBO
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terça-feira, 12 de novembro de 2013
O pior lugar do mundo para ser gay Completo
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segunda-feira, 11 de novembro de 2013
Qual é o nosso projeto político para o gênero?
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quinta-feira, 7 de novembro de 2013
Gabi Quase Proibida (06/11/13) - Transexual Léo Moreira Sá - Parte 4
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Gabi Quase Proibida (06/11/13) - Transexual Léo Moreira Sá - Parte 3
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Gabi Quase Proibida (06/11/13) - Transexual Léo Moreira Sá - Parte 2
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Gabi Quase Proibida (06/11/13) - Transexual Léo Moreira Sá - Parte 1
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No Brasil de Cris e Tati - a luta pela liberdade (vídeo completo)
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quarta-feira, 6 de novembro de 2013
Revista Biografia: 120 obras filosóficas do século XX para Download -...
Revista Biografia: 120 obras filosóficas do século XX para Download -...: 120 obras filosóficas do século XX para Download - Sartre, Heidegger, Ricoeur, Bergson, Bachelard e outros. Boa leitura! ...
Revista Biografia: 44 obras de Bauman, Bourdieu e Norbert Elias para ...
Revista Biografia: 44 obras de Bauman, Bourdieu e Norbert Elias para ...: O emérito sociólogo polonês Zygmunt Bauman nasceu no dia 19 de novembro de 1925, em Poznán. Ele principiou sua trajetória acadêmica na ...
XXY.Completo Filme sobre intersexo
http://www.youtube.com/v/hczeJ1ZsK2w?version=3&autohide=1&autohide=1&feature=share&showinfo=1&attribution_tag=_7_bUgPHavXxMnXxwx6_Zw&autoplay=1
terça-feira, 5 de novembro de 2013
Neto Lucon: Xô competição! Travestis e transexuais falam das a...
Neto Lucon: Xô competição! Travestis e transexuais falam das a...: Certa vez, disseram-me que a união e a amizade entre travestis e transexuais é praticamente impossível, pois o grupo representa e repro...
quinta-feira, 31 de outubro de 2013
Gabi Quase Proibida - Elisabete Oliveira - 17/07/13 - Completo (HD)
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quarta-feira, 30 de outubro de 2013
Neto Lucon: Fotógrafo transexual lança incrível ensaio em que ...
Neto Lucon: Fotógrafo transexual lança incrível ensaio em que ...: Considerado um dos mestres da fotografia que brinca [e rompe] com as questões de gênero e sexo biológico, o artista canadense JJ Levine...
terça-feira, 29 de outubro de 2013
segunda-feira, 28 de outubro de 2013
domingo, 27 de outubro de 2013
Blog do Don: Jovens transgêneros são impedidos de fazer a prova...
Blog do Don: Jovens transgêneros são impedidos de fazer a prova...: (Imagem Ilustrativa - Veja) De acordo com a página "Homens Transexuais" um rapaz transexual, que seria do estado de São Pa...
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Neto Lucon: Entrevista João Nery
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quinta-feira, 24 de outubro de 2013
Fórum Baiano LGBT: Fórum Baiano LGBT declara apoio à criação de alas ...
Fórum Baiano LGBT: Fórum Baiano LGBT declara apoio à criação de alas ...: Para o Fórum as alas LGBT servirão para a preservação da vida de homossexuais, travestis e transexuais Em recente declaração à im...
terça-feira, 22 de outubro de 2013
segunda-feira, 21 de outubro de 2013
Edís Revolucionárixs: Os tronos que criamos
Edís Revolucionárixs: Os tronos que criamos: Deu desse movimento GGG, branco, sarado, cis e rico né? Como derrubar o império gay que dita o movimento sexodiverso? Quando conseguire...
quinta-feira, 17 de outubro de 2013
Cantinho-da-Glória: Transexual espanhol anuncia estar grávido de gêmeo...
Cantinho-da-Glória: Transexual espanhol anuncia estar grávido de gêmeo...: Anelise Infante 23 de março, 2009 Rubén Noé, de 25 anos, nascido Estefanía Corondonado, ainda mantém órgãos reprodutivos do sexo femi...
quarta-feira, 16 de outubro de 2013
terça-feira, 15 de outubro de 2013
domingo, 13 de outubro de 2013
sábado, 12 de outubro de 2013
sexta-feira, 11 de outubro de 2013
NDJ: Afaste sua criança do meu gay!
NDJ: Afaste sua criança do meu gay!: Strike a pose! Meu gay aos 6 anos, sempre fabuloso! Gisele who? As crianças, coitadas, não podem ver nada. Beijo gay, nudez, debate pol...
Escreva Lola Escreva: ALGUNS PRIVILÉGIOS CIS
Escreva Lola Escreva: ALGUNS PRIVILÉGIOS CIS: É fácil escrever sobre privilégios masculinos porque conheço as opressões que as mulheres sofrem. É certamente um privilégio poder sair...
Transhomem Brasil: A desconstrução do pênis
Transhomem Brasil: A desconstrução do pênis: Buck Angel e Loren Cameron: homens transexuais gatões Sempre me interessei pelo universo trans. Não que eu queira entrar nele co...
quinta-feira, 10 de outubro de 2013
quarta-feira, 9 de outubro de 2013
terça-feira, 8 de outubro de 2013
Neto Lucon: Travestis e transexuais afirmam sofrer preconceito...
Neto Lucon: Travestis e transexuais afirmam sofrer preconceito...: Quem tem medo de travesti? Discriminada entre os héteros, travestis e transexuais também enfrentam aversão vinda dos gays. Em depoimentos...
segunda-feira, 7 de outubro de 2013
quarta-feira, 2 de outubro de 2013
terça-feira, 1 de outubro de 2013
Nossos Tons - Artigos e Notícias do Mundo Gay: Fotógrafo retrata "Los Muxes" (Princesas na Terra ...
Nossos Tons - Artigos e Notícias do Mundo Gay: Fotógrafo retrata "Los Muxes" (Princesas na Terra ...: Nicola Okin Frioli Justo no México, país com fortes traços machistas e homofóbicos, há uma localidade que se distingue nitidamente de s...
domingo, 29 de setembro de 2013
sábado, 28 de setembro de 2013
sexta-feira, 27 de setembro de 2013
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
Plural - Coletivo LGBT: João Nery e o tornar-se homem: narrativa de vida d...
Plural - Coletivo LGBT: João Nery e o tornar-se homem: narrativa de vida d...: No segundo dia da programação da 2º Semana da Diversidade, o escritor João W. Nery realizará duas palestras no Auditório Central da IM...
domingo, 22 de setembro de 2013
Prof. Alejandro Villagrán Reyes - Filosofía, Arte, Letras y Psicología (FALP): BIBLIOTECA VIRTUAL 80: LOS ORÍGENES DEL TOTALITARI...
Prof. Alejandro Villagrán Reyes - Filosofía, Arte, Letras y Psicología (FALP): BIBLIOTECA VIRTUAL 80: LOS ORÍGENES DEL TOTALITARI...: 1- HANNA ARENDT - LOS ORÍGENES DEL TOTALITARISMO http://larisadelser.wikispaces.com/file/view/Arendt-Hannah-Los-Origenes-Del-Totalitar...
sexta-feira, 20 de setembro de 2013
Homorrealidade: Gay pode sentir atração pelo sexo oposto sem ser b...
Homorrealidade: Gay pode sentir atração pelo sexo oposto sem ser b...: Publicado pelo Terra Situações retratadas em 'Amor à Vida' por Félix e Eron, homossexuais assumidos que acabam transa...
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
Aprendendo a Viver na Suécia: Banheiros públicos unissex
Aprendendo a Viver na Suécia: Banheiros públicos unissex: Vc sabia que? Na Suécia existem banheiros públicos para homens E mulheres. Isso faz parte de toda uma cultura da população de igualdade e...
domingo, 15 de setembro de 2013
quinta-feira, 12 de setembro de 2013
Programa Affair com você: Conheça João W. Nery, o primeiro transexual operad...
Programa Affair com você: Conheça João W. Nery, o primeiro transexual operad...: João W. Nery , psicólogo, professor, autor do livro " Viagem Solitária ", o primeiro transexual operado do Brasil, casado, pai, ...
Nossos Tons - Artigos e Notícias do Mundo Gay: O casamento e a liberdade de escolha
Nossos Tons - Artigos e Notícias do Mundo Gay: O casamento e a liberdade de escolha: Por: Walter Silva Se você não deseja casar-se, não se case. O casamento de uma pessoa é um evento que diz respeito unicamente àquela pe...
Pierre Bourdieu: Pierre Bourdieu
Pierre Bourdieu: Pierre Bourdieu: "Pierre Bourdieu, nascido em 1º de agosto de 1930, em Denguin (Béarn), morreu em Paris, no dia 23 de janeiro de 2002. Eleito dire...
segunda-feira, 9 de setembro de 2013
sexta-feira, 6 de setembro de 2013
As Mulheres da Minha Vida do http://aquelasmulheres.tumblr.com/post/57806199964/pau-caralhos-e-falocentrismo
Se tem uma coisa que eu nunca entendi é a admiração que os homens têm pelo seus falos. É um orgulho quase transcendental de possuir uma parte de em seu corpo humano, como se ele tivesse trabalhado a vida inteira para conseguir tê-lo, sendo que bastou apenas que ele nascesse com um. Mas ele está lá, sendo segurado na rua e distribuido em forma de fotos para garotas por esse mundão digital que chamamos de internet.
Eu tinha um amigo que passava a foto de seu pau para TODAS as meninas que ele conhecia ou falava na internet. E não mais de uma vez já vi garotas reclamando isso dele. Talvez enviar essas fotos seja algum tipo de auto-afirmação. Para dizer que ele possui o simbolo de poder da nossa sociedade. Ou talvez ele fosse apenas uma pessoa triste mesmo.
Talvez ele fosse um caso a ser estudado. Freud explica.
Pega no meu falocentrismo e balança.
Nossa sociedade é machista, heteronormativa e bla bla bla. Se você acompanha o blog há tempos, já deve ter lido eu escrever isso muitas vezes. Se você não acompanha o blog há muito tempo, basta olhar pela janela de casa.
A questão é, mesmo entre o “lado B” da sociedade, há uma hierarquia que separa privilégios, como explica a Maria Beatriz, ao relatar uma história quando passaram a mão em sua bunda e o cara se justificou dizendo “relaxa, eu sou gay”:
“Vamos analisar: o cara é homossexual. Logo, sofre com o preconceito proveniente do sistema machista que também atinge a nós, mulheres. Logo, também é enquadrado em padrões opressores que querem determinar sua orientação sexual/indumentária/linguajar/trejeitos/direitos como cidadão, salvo peculiaridades, assim como as mulheres. Logo, os índices de mortalidade da galera que tem sua orientação sexual são enormes e eles precisam de uma lei específica para protegê-los (assim como nós, mulheres, necessitamos da lei Maria da Penha). Logo, eles são caricaturados na mídia e estereotipados, tal qual — adivinhem só! —, nós, mulheres. Então, porque a atitude machistinha pro meu lado? A resposta é fácil, mas difícil: ele tem um pênis.
Para explicar melhor, ele nasceu do lado privilegiado do falocentrismo. Mas o que é o falocentrismo? Bem, ele tem dois significados determinantes. O primeiro é a limitação ao órgão genital como fonte única e intransferível de prazer. É por isso que, por exemplo, nas situações de lesbofobia (que somam homofobia e machismo), o discurso falocêntrico fetichiza as relações entre mulheres les (para conseguir anular o prazer delas ao objetificá-las e usá-las como instrumento do seu prazer) ao mesmo tempo que repudia o fato de mulheres conseguirem sentir prazer sem um pênis. É deste discurso que saem atrocidades como o estupro corretivo.”
Aliás, tem outra coisa que não entendo (tá, na verdade a maioria das coisas eu não entendo. É figura de linguagem, tá?). Vou mostrar exemplificando e vocês tentam me ajudar a entender. Veja a foto abaixo:
Se eu perguntasse, a maioria das pessoas diria que essa foto é de um cara (que provavelmente seria enquadrado na categoria “sortudo”) com duas mulheres. - veja bem, eu digo “provavelmente” e afins porque não estou levantando nenhum questionamento científico, tô só jogando aqui pra vocês - Mas então, o que eu não entendo é, por que nessa foto tem “um cara com duas mulheres”?
Por que não são duas mulheres que estão com um cara? Por que não é um casal que está com uma mulher?
Ok, na verdade eu entendo sim. Mas queria me fazer de desentendido para vocês quererem me dar a resposta e pensar no assunto. Call me manipulador.
A resposta para essa pergunta está nesse texto:
”(…) a história escrita da humanidade está marcada pelo referencial falocêntrico, pois se é possível terem existido comunidades matrilineares, como afirma Bachofen, é certo de que não há registro escrito dessas configurações. Logo, o modelo ao qual estamos até hoje atrelados é aquele que Bourdieu (1998) denomina como androcêntrico e define masculino e feminino, respectivamente, através das polaridades “alto/baixo, em cima/embaixo, na frente/atrás, direita/esquerda, reto/curvo (e falso), seco/úmido, duro/mole, temperado/insosso, claro/escuro, fora (público)/ dentro (privado) etc.” que, em linhas gerais, reservam a atividade ao homem e a passividade à mulher, perpetuando a distinção entre o homem dominador e a mulher submetida.”
Aplausos, só que não.
Tem uma piadinha sobre publicitários que diz assim: Publicitário é tão egocêntrico que não tem campanhia em casa que é pra pessoa bater palmas pra ele quando for visitar.
A anedota é sobre publicitário, mas serve para quase tudo.
A Nadia Lapa diz que um dos problemas dos homens feministas é querer o protagonismo. E de certo modo, ela está certa. Sabe como é, quando se é o sol, se está acostumado a ver os planetas girarem a sua volta.
E convenhamos, se um homem luta para que mulheres sejam vistas por outros homens como iguais, não tem porque ser aplaudido por não fazer nada além do que o mais sensato ou que se poderia esperar de uma pessoa. É tipo aplaudir alguém por seguir a lei. Dou no máximo um biscoito scooby.
É aquela história: o ambiente falocêntrico define o homem como o centro de tudo (é mesmo Diogo? Falocentrismo significa isso? Chegou a essa conclusão sozinho? UAU!).
E é uma coisa tão inerente e tão comum e as vezes sequer percebemos. Outro dia uma amiga veio me contar da chatice que é quando ela sai com um cara a noite, transam e, quando acabam, ocorre uma conversa mais ou menos assim:
- Olha, vou te ligar amanhã tá?
- Aham… *mexendo no celular*
- Não. Verdade, vou mesmo!
- Legal… *ainda mexendo no celular*
- Não sou desses caras que transa e some, não. Te ligo sim. Não se preocupe.
Você, caro amiguinho que se sente orgulhoso pelo seu pauzão de 22cm, pode não ser desses caras. Mas o que você não sacou é que ela é dessas mulheres. Já passou pela sua cabeça que ela pode não querer ficar esperando sua ligação no dia seguinte e simplesmente queria dar umazinha aquela noite? Que o dia dela não vai ser melhor ou pior se você ligar ou não? Vou te dizer que há essa possibilidade de você não ser o centro do mundo. Pode relaxar que ela não vai se preocupar.
Como bem definiu o Rodrigo Guerra:
"Vocês sabem que orgasmo feminino não é cirurgia no cérebro, né? E que só é difícil porque as mulheres são reprimidas e não conhecem o próprio corpo. Então, obviamente que, quanto menos repressão e mais emancipação feminina, mais orgasmos as mulheres iam ter. Isso não tem nada a ver com que tipo de homem transa melhor. Parem de achar que tudo é sobre vocês, caras. E parem de comparar tamanhos também".
Caralhinhos voadores
Tá, mas vamos mudar um pouco o foco de sexo (falei disso no começo do texto porque é relativamente fácil de entender em relação a outras comparações).
Vamos buscar o falocentrismo de outras formas. Por exemplo, no cinema.
O post da docinho de pequi brasiliense Aline Valek, que fala sobre o Bechdel Test define bem como o mundo é falocêntrico:
“ O Bechdel Test surgiu nos quadrinhos, em uma história de 1985 chamada Dykes to Watch Out For, e foi criado pela autora Allison Bechdel. Ela só se presta a assistir um filme se ele cumpre três regrinhas básicas, que determinariam se as mulheres são relevantes para a história.
1. Pelo menos duas mulheres com nomes.
2. Que conversam entre si.
3. Sobre coisas que não sejam um homem.
Não é pedir muito, né? Mas, por incrível que pareça, uma maioria esmagadora de produções cinematográficas não passam nesse simples teste.
O que isso revela?
A maioria dos filmes que assistimos é sobre homens. Homens fazendo coisas, homens vivendo aventuras, homens salvando o mundo, homens conversando com homens, homens vivendo grandes amores, ou mulheres falando sobre homens.
Muitos filmes não deixam de ser incríveis e memoráveis por causa disso, mas, de novo: não é a qualidade dos filmes que está em jogo. Estamos diante de um padrão único de histórias que vem se repetindo incansavelmente há décadas. E esse padrão vem excluindo um gênero inteiro, ao representar mulheres de forma tão secundária — e, muitas vezes, nula.”
E eu ainda acrescentaria que a maioria dos filmes que eu lembro que são sobre mulheres são comédias românticas, onde o homem continua a ser o centro (que como aprendemos ali em cima no texto, é a definição de falocentrismo. Viu como sou inteligente?).
Aliás, quer um outro ponto ainda mais curioso? Já parou para pensar que a história do mundo foi contada por homens? Inclusive a história das mulheres?
Mulheres não podiam ser historiadoras. Então tudo o que sabemos sobre as mulheres do passado, foi contado por homens.
Ou seja, só nessa rápida descrição de dois casos, já deu pra notar que 1. a mulher não se vê representada no cinema, e 2. a mulher não se viu representada para contar a própria história.
Um fato é sobre o passado, o outro sobre o presente. Claro, porque ainda vemos crianças desenharem nas escolas “piroquinhas”, seja só por desenhar ou para sacanear os amigos ou para se sentir rebelde.
Esse simples gesto, de desenhar a piroquinha, sem medo, é a maior afirmação de um símbolo de poder. Em 2013.
Um símbolo que está em todos os lugares, literalmente ou simbolicamente. Seja na história, no cinema, na cama ou nas paredes dos banheiros da escola.
Tem caralhinhos voadores por toda a parte…
Yo Soy Trans - Kim Pérez: Transexualidad hoy
Yo Soy Trans - Kim Pérez: Transexualidad hoy: Hay seis posibilidades por lo menos entre las que estamos decidiendo las personas trans, en cuanto a nuestras demandas médicas (hay más com...
quarta-feira, 4 de setembro de 2013
O conceito de gênero por seis autoras feministas
Neste blog, muitas vezes procuramos discutir o conceito de gênero em textos contidos principalmente na categoria “Conceituando”. Gênero é um termo que, além de dar nome ao nosso blog, é absolutamente importante para o feminismo. Da mesma forma, é fruto de disputas políticas e teóricas, sendo que sua conceituação demanda, necessariamente, a escolha de certos referenciais. Não se trabalha, jamais, com uma definição de gênero.
Dado que uma das propostas dessa página é apresentar questões acadêmicas e militantes de forma clara, mas sempre embasada, para o público mais diverso que possamos encontrar, neste texto inicio uma série de seis artigos que versarão sobre o conceito de gênero, baseados, cada um, na conceituação de cinco importantes autoras e um autor, os quais versaram (e a maioria ainda versa) sobre o feminismo.
A seguir, uma apresentação bem resumida de cada uma dessas autoras escolhidas. Não tenho pretensão nenhuma de esgotar seus pensamentos, mas apenas de trazer algumas de suas contribuições para pensar gênero. Em todos os casos, usarei textos originais de cada autor (o que significa que apresento uma leitura pessoal), com adendos de outras autoras que também se debruçaram neles, dentre Marília Carvalho (2011), Adriana Piscitelli (2002), Donna Haraway (2004) e Carlos Eduardo Henning (2008).
(Clique nos nomes das autoras abaixo para acessar o seu respectivo texto.)
Gayle Rubin (1949-)
Gayle Rubin, o pontapé inicial de gênero no feminismo
Em 1975, a antropóloga norte-americana Gayle Rubin publica um capítulo que se tornou uma referência obrigatória. Enquanto estudante de pós-graduação, Rubin apresentou uma conceituação que, a partir do seu texto, passou a ser utilizada largamente por autoras feministas. Embora seu texto discuta principalmente o pensamento de Lévi-Strauss e Freud – sem falar em uma breve crítica ao marxismo –, Rubin fez história ao descrever o que ficou conhecido como sistema sexo/gênero, ainda influente nos dias atuais, mesmo disputando espaço com outras concepções distintas.
Joan Scott (1941-)
Joan Scott, uma leitura pós-estruturalista
No fim da década de 1980, outro artigo se torna clássico. A historiadora estadunidense Joan Scott, influenciada pelas correntes pós-estruturalistas que se inspiraram no pensamento de Foucault e Derrida, esquematizou uma nova forma de se pensar gênero, a partir de uma crítica a outras concepções, inclusive a do sexo/gênero, que, em sua opinião, eram incapazes de historicizar a categoria sexo e o corpo. Assim, Scott reforça uma utilidade analítica para o conceito de gênero, para além de um mero instrumento descritivo, e chama a atenção para a necessidade de se pensar na linguagem, nos símbolos, nas instituições e sair do pensamento dual que recai no binômio homem/mulher, masculino/feminino.
Judith Butler (1956-)
Judith Butler, rumo à teoria queer
Em meados de 1980-90, a filósofa norte-americana Judith Butler – uma das autoras mais badaladas da atualidade, inspiradora da vertente queer – se debruça em uma crítica ao feminismo, balançando uma série de categorias a princípio tão sólidas, tais como mulher e identidade. Butler expõe a ordem que prevê total coerência entre o sexo, gênero e o desejo/prática sexual, no bojo da sociedade heteronormativa. Nessa linha, Butler reconceitua gênero, compartilhando certas referências com Scott, e trazendo de vez o corpo e o sexo para o campo discursivo, questionando sua pretensa materialidade.
Raewyn Connell (1944-)
Raewyn Connell, um olhar sobre as práticas
Grande referência para o campo de estudos das masculinidades, a socióloga australiana Raewyn Connell também se aventurou na conceituação de gênero, embora esse não seja seu carro-chefe. Enfatizando também o papel das construções sociais e históricas, Connell traça um caminho distinto para chegar a gênero. Ela chama a atenção para as formas como a sociedade lida com processos reprodutivos e diferenças entre os corpos e, logo, como os corpos são trazidos para as práticas sociais. Em suma, o que a sociedade faz com o corpo que lhe é dado.
Heleieth Saffioti (1934-2010)
Heleieth Saffioti, alertando para os usos de gênero
A brasileira Heleieth Saffioti, falecida há poucos anos, foi uma das mais importantes teóricas feministas do país, com reconhecimento internacional. Não podemos dizer que Saffioti inaugurou um novo conceito de gênero, mas certamente trouxe reflexões relevantes que impõem limites a certas escolas, fazendo inclusive um pedido: “feministas, usem menos gênero!” Por ser uma autora de destaque, é válido nos debruçarmos sobre suas ressalvas. Com fim eminentemente militante, Saffioti alertou para os problemas políticos do conceito de gênero, o que ainda hoje dá nós na cabeça de toda(o) feminista.
Pierre Bourdieu (1930-2002)
Pierre Bourdieu, escrevendo sobre a dominação
Muito conhecido pelas suas contribuições ao reprodutivismo e à economia simbólica, o cientista social francês Pierre Bourdieu não fez propriamente uma discussão sobre gênero, pois esse conceito não é central nos seus trabalhos. Entretanto, interessado também em um contrucionismo social (radical), Bourdieu escreve um trabalho altamente referenciado que traz contribuições – e problemas – dignos da discussão sobre o conceito de gênero. Portanto, é pertinente também discuti-lo nessa série.
Com essas seis autoras, esperamos condensar e estimular reflexões sobre esse conceito – problemático, mas central – da teoria feminista contemporânea.
terça-feira, 3 de setembro de 2013
segunda-feira, 2 de setembro de 2013
quinta-feira, 29 de agosto de 2013
quarta-feira, 28 de agosto de 2013
Neto Lucon: Transexual revela como projeto 'Damas' ajudou capa...
Neto Lucon: Transexual revela como projeto 'Damas' ajudou capa...: Turma de 2013 do projeto Damas e a aluna Claudia de Freitas A ocupação em algum cargo no mercado de trabalho é chamada popularmente de ...
domingo, 25 de agosto de 2013
Neto Lucon: Os prós e contras do programa 'Na Moral' sobre o t...
Neto Lucon: Os prós e contras do programa 'Na Moral' sobre o t...: Maitê, Erick, Bianca, Letícia e Leo Moreira Sá Se em 2011 Pedro Bial escorregou ao usar várias vezes o artigo masculino para falar sob...
sábado, 24 de agosto de 2013
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
quinta-feira, 22 de agosto de 2013
Neto Lucon: Trans rejeita grupo T e quer ser vista como mais u...
Neto Lucon: Trans rejeita grupo T e quer ser vista como mais u...: Respeito ao nome social, cirurgias, hormonioterapia, referência ao feminino em lugares públicos, redesignações, mudança de documentos... ...
terça-feira, 20 de agosto de 2013
Comentário do Viagem Solitária
Anônimo,
cara, queria agradecer sua mãe por vc existir..rsrsrs Sobre mim (caso queira saber) Tenho 40 anos, sou casado, minha esposa sabia sobre minha "sintonia" com meu género, e tenho 3 filhos. Sofri muito preconceito, principalmente em casa (meu pai) e passei a vida como homem. Não tive coragem. Sem maldade, pra mim trans era garota de programa, sem futuro, não queria isso pra mim, e por incrível q pareça foi o FaceBook que me ajudou. Escondi isso da maioria mas recentemente conheci pessoas incríveis como vc, que me ajudaram muito. Eu contei para meus filhos (2 meninas 16, 14 e 1 menino de 7 anos) faz +ou- 2 meses, que sou trans, apesar de aparentemente ser homem. Não penso em como dizem, me transicionar, principalmente pelo preconceito que meus filhos vão sofrer. Não sinto essa necessidade hoje, mas não falta vontade..rsrsrs As próximas gerações me dão esperança, pq foi isso q eu ouvi quando chamei meus filhos para uma conversa. " Pai, vc é maravilhoso, e nós te amamos do jeito q vc é" …pra vc ter uma ideia hoje minha filha pega roupas minhas emprestada…que comédia... Meu filho não participou das conversas posteriores, mas entendeu que papai nasceu sabendo q era menina, mas ainda assim sou papai. Ele nem ligou e disse: "Vc gosta de ser menina? Tá bom pai, tudo bem" ele tem só 7 anos. bom…falei pra caceta né, vc é escritor, então por favor não repare na minha falta de talento para escrever…rs. Seus textos me ajudam muito em autoconhecimento e aceitação, tudo é um pouco recente pra mim, mas queria agradecer de verdade, as vezes a gente não tem como saber o quanto podemos mudar as pessoas apenas com palavras, vc fez um pouco disso em mim O que falta para as pessoas mudarem de verdade é ler.
segunda-feira, 19 de agosto de 2013
Assassinatos homotransfóbicos no Brasil
Assassinatos no Brasil
No Brasil, a homossexualidade é legal desde 1823. A Constituição de 1988 na secção IV do artigo 3 º não inclui a orientação sexual, mas menciona a discriminação de origem, raça, sexo, cor, idade, e “qualquer outra forma de discriminação”. Duas constituições de Estados federais, Mato Grosso (artigo 10) e Sergipe (artigo 3 º), proíbe expressamente a discriminação com base na orientação sexual e mais de 80 cidades têm leis que proíbem a discriminação com base na orientação sexual. Vários estados e cidades, entre as quais São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Santa Catarina, também têm leis promulgadas punir com multas ea retirada da licença de discriminação homossexual no negócio. Mas, apesar destes desenvolvimentos legislativos, a homofobia ainda é um problema em curso no país. O Brasil, como muitos países da região, está atualmente em um estado de contradição interna em relação ao tratamento de pessoas LGBTI, com a maior parada gay do mundo, com 3 milhões de pessoas em São Paulo, a maior associação LGBT Ibero-americana … e também recorde mundial dos terríveis assassinatos de pessoas LGBT. Compilados por organizações da sociedade civil no Brasil mostram que, em 2012, pelo menos 336 homossexuais foram mortos, um aumento de 26% em relação a 2011. Isto é equivalente ao assassinato de um homossexual a cada 26 horas. Mais de 70% desses crimes foram incapazes de identificar o assassino. (Discurso do Sr. Incalcaterra Seminario Violencia Homofobica – Representante Regional del Alto Comisionado de las Naciones Unidas para los Derechos Humanos – ACNUDH)
Transexuais: Hospitais/Ambulatórios que atendem transexuais no ...
Transexuais: Hospitais/Ambulatórios que atendem transexuais no ...: Como prometido está aqui a lista onde tem o atendimento pra tod@s... 1. Programa de Transtorno de Identidade de Gênero (PROTIG) do Hospi...
domingo, 18 de agosto de 2013
sábado, 17 de agosto de 2013
Tu Sexualidad es: DESMITIFICANDO EL PENE
Tu Sexualidad es: DESMITIFICANDO EL PENE: Cortesía de Ambro / FreeDigitalPhotos.net Por: Ester Álvarez Guillén ¿Por qué al pene se le da tanta importancia en las relaciones se...
terça-feira, 13 de agosto de 2013
segunda-feira, 12 de agosto de 2013
quinta-feira, 8 de agosto de 2013
Um Kdinho de Mim Procê: ATUALIDADES
Um Kdinho de Mim Procê: ATUALIDADES: O GRANDE ENCONTRO Olá pessoas! Depois de algum tempo longe desse blog retorno hoje após um encontro incrível que aconteceu ontem (06/0...
Nossos Tons - Artigos e Notícias do Mundo Gay: Lei homofóbica russa gera protesto e pedido de boi...
Nossos Tons - Artigos e Notícias do Mundo Gay: Lei homofóbica russa gera protesto e pedido de boi...: O ator e ativista britânico Stephen Fry pediu ao Comité Olímpico Internacional (COI) que retire da Rússia o direito de organizar os jogos...
sábado, 3 de agosto de 2013
sexta-feira, 2 de agosto de 2013
tecnocuerpo: Torstein Lerhol y la sobrevaloración d(el) cuerpo
tecnocuerpo: Torstein Lerhol y la sobrevaloración d(el) cuerpo: Henrik Fjørtoft ha realizado este trabajo llevando el cuerpo discapacitado al ámbito de la representación fotográfica. Se trata de To...
quinta-feira, 1 de agosto de 2013
Direitos da Diversidade Sexual e Homoafetividade: João W. Nery: o universo de um homem trans
Direitos da Diversidade Sexual e Homoafetividade: João W. Nery: o universo de um homem trans: por Frederico Oliveira Estava eu ansioso por conhecer pessoalmente João W. Nery, um dos palestrantes do II Encontro Estadual da Diversida...
quarta-feira, 31 de julho de 2013
segunda-feira, 29 de julho de 2013
domingo, 28 de julho de 2013
Neto Lucon: Travestis e transexuais afirmam sofrer preconceito...
Neto Lucon: Travestis e transexuais afirmam sofrer preconceito...: Quem tem medo de travesti? Discriminada entre os héteros, travestis e transexuais também enfrentam aversão vinda dos gays. Em depoimentos...
Neto Lucon: Entrevista João Nery
Neto Lucon: Entrevista João Nery: ‘Não me tornei homem. Sou um trans homem’ Por Neto Lucon Foto: Alex Brito “E stou aqui para dissolver as normas de gênero.”, declar...
sexta-feira, 26 de julho de 2013
FORUM LGBT POTIGUAR: Projeto de banheiro unissex na UFRN
FORUM LGBT POTIGUAR: Projeto de banheiro unissex na UFRN: Projeto de banheiro unissex pretende combater preconceito na UFRN (Imagem: Reprodução/INTERNET) A ideia surgiu a partir da di...
quinta-feira, 25 de julho de 2013
domingo, 21 de julho de 2013
sexta-feira, 19 de julho de 2013
quinta-feira, 18 de julho de 2013
quarta-feira, 17 de julho de 2013
terça-feira, 16 de julho de 2013
Entrevista com o artista Silvero Pereira
Silvero Pereira Foto: Reprodução/Facebook |
Silvero Pereira com
31 anos de idade já é considerado um dos grandes atores de Fortaleza. O
teatro está em sua mente e coração. As inquietudes transformam-se arte
no palco. Além de ator, ele é professor, diretor, pesquisador, produtor, figurinista assim é o jovem que tem na sua bagagem muita história para contar.
Silvero é considerado pelo o seu público como a vedete do teatro cearense. O
ator vem desenvolvendo um trabalho significativo que une pesquisa,
experimentação estética/artística e comprometimento político com as
questões do movimento Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBTTT). O artista enfatiza que a sua fonte de inspiração é a sociedade em geral.
Em uma
entrevista pingue-pongue o artista fala sobre a sua história, a
importância da profissão em sua vida, assim como o conceito dos seus
espetáculos. Confira.
A infância
Lucas
Almeida: Você começou a trabalhar muito cedo, aos 12 anos de
idade. Como foi esse período em sua vida?
Silvero
Pereira: Éramos uma família “pobre de jó” que comíamos apenas
arroz no almoço e jantar. Já o café da manhã tinha de ser pipoca, porque era o
que mais rendia para os cinco filhos. Assim, trabalhar muito cedo era uma forma
de ajudar nas despesas. Entretanto, minha mãe sempre me incentivou muito nos estudos,
trabalhar sim, mas desde que continuasse estudando. Foi uma fase difícil porque
tive pouco da infância, pouco tempo para vivê-la. Mas essa fase também me fez
amadurecer muito rápido e aprender a correr atrás das coisas e dos sonhos.
LA: Hoje,
você tem contato com a sua família?
SP: Tenho
ótima relação familiar. Sempre que posso vou à Mombaça, interior do Ceará, e
fico dias com a minha família e os meus sobrinhos. Mas devido a minha agenda
isso ficou cada vez mais complicado.
O teatro
LA: Por
que fazer teatro?
SP: Hoje?
Porque não sei fazer outra coisa que me der mais prazer, felicidade e satisfação.
LA: Quais
as dificuldades que existiam e que ainda existem para exercer a sua profissão?
Foto: Divulgação |
SP: Respeito
profissional, contratos de qualidade e políticas públicas culturais descentes e
eficientes.
LA: Você
tem algum apoio do Governo, empresas privadas?
SP: Nada,
sou produtor independente.
LA: Sua
fonte inspiração?
SP: A
sociedade em geral.
LA: Qual a reação da plateia ao ver os
seus espetáculos?
SP: Outro
dia ouvi duas coisas bem legais de espectadores. A primeira dizia que eu sou a
“vedete do teatro cearense”. Já a
segunda, e a que me deixa mais feliz, foi que ele disse que eu popularizei o
teatro em Fortaleza, contribui para transformar o teatro em algo “mais povão”.
LA: Cerca de 250 apresentações do mesmo
espetáculo (Uma Flor de Dama). Orgulho?
SP: Hoje
são 369 apresentações em 10 anos de
trabalho. Tenho muito orgulho disso, mas tenho muita certeza que nada é para
sempre, por isso estudo, reinvento e sigo experimentando.
LA: Ator,
dramaturgo, diretor, professor de teatro, dançarino. Algo a mais?
SP: [Rsrsrs]
Maquiador, iluminador, sonoplasta, aderecista, militante, produtor,
figurinista. Eu entrei no teatro com os dois pés, fiz questão de aprender um pouco
de cada área para saber exatamente onde devo agir.
SP: Eu
já disse uma vez que “o teatro me salvou”. Se não tivesse conhecido o teatro
não sei para onde teria ido tanta inquietação. Portanto, quero isso. Não é
salvar as pessoas, quero que elas descubram no teatro aquilo que consegui ver e
que me transformou.
La: De acordo com Carri Costa
e Ricardo Guilherme (diretores e atores de teatro cearenses), na palestra sobre
teatro na Livraria Cultura, houve a crítica que os diretores de teatro fazem
espetáculos para os próprios artistas. Verdade? Por quê?
SP: Acho que alguns sim, mas eu
não. Primeiro porque faço um teatro que acredito e muito. Só subo ao palco se
for algo que me faça questionar, provocar, expurgar sentimentos. Eu faço para
todo tipo de público e principalmente para eles, não ligo muito para o que a
classe artística acha. Tanto que, se eu ligasse já teria desistido há muito
tempo atrás de fazer o teatro transformista que faço.
La: Existe
alguma diferença entre o seu público local com de outra região?
SP: A
única diferença é que em outras regiões eu não sou conhecido. No Ceará, tem uma
coisa muita linda que é o fato do público reconhecer e apostar no meu trabalho.
Já em outras regiões eu sempre chego à estaca zero, abrindo espaço. Entretanto,
em outras regiões a receptividade tem sido muito grande e gratificante.
O espetáculo “Uma flor de
dama”
LA: O
que lhe fez fazer uma adaptação do conto “Dama da Noite” do livro “Os Dragões
Não Conhecem o Paraíso, de Caio Fernando Abreu para o teatro?
SP: A
minha Dama surgiu porque eu passei a conviver com travestis no ano de 2000 e me
incomodava muito vê-las tão discriminadas. Assim, usei essa minha questão
pessoal dentro do teatro no intuito de provocar o social.
Cena de "Uma Flor de Dama" Foto: Divulgação |
LA: Você
teve que “se prostituir”. Ir às ruas com as prostitutas para saber na prática a
vida de cada uma delas. O que aprendeu com essa experiência?
SP: Eu
de fato fui para as ruas e acompanhei o dia e a noite das meninas, mas não tive
que me prostituir, era um trabalho de laboratório de ator. Eu aprendi a
respeitar, a conhecer antes de julgar, a dar afeto antes de machucar.
LA: Qual a relação entre “Uma flor de
dama”, “Cabaré da dama” e “Engenharia Erótica”?
Engenharia Erótica Foto: Divulgação |
SP: São espetáculos em repertório do Coletivo Artístico As Travestidas que tratam do mesmo tema: Universo Trans. Uma Flor de Dama é de 2002. Cabaré da Dama é uma progressão do Solo Uma Flor de Dama, sendo de 2008. Já o Engenharia Erótica é um estudo cênico intitulado por nós como “teatro-documentário” e teve sua estreia em, 2010.
O Coletivo também tem outros trabalhos como: Publicidade:
Translendário 2012 e 2013. Vídeo: Glossário, Glossário 2ª Lição, Travestir de
Deus 1 e 2, Elas só querem um Salto Babado. Musical: Yes, Nós Temos Bananas
(2012). Teatro: BR-TRANS (2013)
LA: No
monólogo, Uma Flor de Dama, você diz “Eu sou nordestina, pobre, do interior e
viado.” Você refere-se a si mesmo?
SP: Sim,
existem várias coisas no espetáculo Uma Flor de Dama que são de minha vida. Não
achava justo expor a vida das meninas que pesquisei e sair ileso.
Fonte: Youtube/SilveroPereira
Especial Silvero Pereira
Fonte: YouTube/NossaTribo
Travestir
LA: O
que é ser travestir?
SP: Gente, como qualquer outra. O que a sociedade preconceituosa precisa descobrir é que estamos em um
mundo onde as diferenças estão na cara, não há mais como esconder e nem por que.
Logo, aceitem as diferenças.
LA: Quem são essas garotas? Qual o
papel das mesmas na sociedade? Qual a posição da família quanto a isso?
SP: A
travestir é o filho renegado. Elas são marginais porque a família, a religião,
a escola e o mercado de trabalho não aceitam (em sua maioria), por isso viram
marginais. Elas precisam criar um novo mundo para poder sobreviver.
LA: Como
é a vida de uma travestir?
SP: Depende.
Existem advogadas, doutoras, mestras, enfermeiras, atendente de telemarketing,
prostitutas, domésticas, cabeleireiras e tantas outras. Porém, algumas possuem
uma grande dificuldade de viver por conta da discriminação, mas a vida de uma
travestir deveria ser igual à vida de qualquer pessoa que não sofre com uma
sociedade hipócrita e cheia de paradigmas.
LA: Se
você tivesse a oportunidade de falar em rede nacional o porquê que as travestis
são pessoas normais, tem um trabalho digno, têm seus princípios, enfim. O que
você teria a dizer?
SP: A
travestir só será aceita no dia em que a família, a religião, a saúde e a
educação entenderem o respeito pela diferença. Só assim elas deixarão de ser
marginais, pois terão oportunidades de viver em paz, sem precisar passar por
tanta humilhação e agressão. Qualquer ser humano que leva pancada a vida
inteira vai aprender a ser agressivo, ter o corpo e a mente atenta para
revidar. Isso não é qualidade de travestir. É do ser humano o estado de defesa,
de medo e de luta. Por isso, somos todos iguais, pois todos sentimos as mesmas
coisas.
LA: Como
o Governo pode “amenizar” o preconceito que existe em relação a elas?
SP: Escola,
escola, escola. Digna e de respeito. Ensinando desde cedo a respeitar o outro
pelo seu direito de amar a quem quiser.
O translendário
"O Último Truque" faz referência ao quadro "A Última Ceia", de Leonardo da Vinci Foto: Divulgação |
LA: Qual
a intenção em ter criado o translendário?
SP: A
mesma de todos os nossos trabalhos: questionar sobre o papel da travestir na
sociedade. Fazer as pessoas falarem a respeito, enxergarem elas em outras
situações que não a da marginalização, decadência ou prostituição.
LA: Qual
a reação das pessoas em relação ao translendário?
SP: Ama
ou odeia. Quem odeia, ou é religioso extremista ou é preconceituoso. Quem ama
entendeu nossa questão e percebe que não se trata de ofensa, mas sim de grito
de liberdade.
Silvero Pereira agradece seu público - Translendário 2013
Silvero Pereira agradece seu público - Translendário 2013
Fonte: YouTube/NossaTribo
Paraíba, RN
LA: O
que de fato houve em Paraíba: prepotência dos policiais?
SP: Total abuso de poder.
Estávamos passeando pelas ruas, em Paraíba, quando fomos abordadas de maneira agressiva
e sem necessidade. Fomos insultadas
verbalmente e ameaçadas com arma pelo simples fato de tomarmos cervejas travestidas numa esquina da cidade.
LA: Como
o acontecimento foi questionado entre os amigos e a imprensa?
SP: A Imprensa partiu para o sensacionalismo
e não se sentiu interessada em apurar os fatos, apenas em notificá-los por alto
e ainda, em algumas, favorecendo a
polícia. Já os amigos e o público que conhecem nosso trabalho se
sensibilizaram e estiveram nos apoiando, inclusive alguns órgãos da cidade de
Sousa (PB).
Porto Alegre, RS
LA: Qual
foi a sua missão em Porto Alegre?
SP:
Realizar uma residência de seis meses com artistas, travestis, transformistas e
ONGs de militância LGBT no intuito de montar um espetáculo de teatro.
LA: Como
foi para se adaptar ao local? O que você aprendeu por lá?
SP: Porto
Alegre é uma cidade muito receptiva e cheia de oportunidades. Foi muito fácil à
adaptação, inclusive com planos de viver mais tempo por lá. Trata-se de uma
cidade de respeito, pessoas extremamente educadas, que tratam do lixo seco e
lixo orgânico com muita seriedade, uma cidade de acessibilidade e de vida
cultural intensa. Cheia de problemas, sim, como toda cidade, mas com uma
população que vai às ruas e questiona a todo instante o poder público.
LA: O
que Porto Alegre significa em sua carreira?
SP: Um
recomeço. Um novo olhar para a minha arte e as minhas perspectivas.
LA: Gostaria
de agradecer aos amigos que você conquistou em Porto Alegre?
SP: Faço
isso a todo instante através das redes sociais. Amo todos. Fui extremamente bem
recebido.
O futuro
LA: Até
onde você pretende chegar com a sua profissão?
SP: Não
sei até onde pretendo chegar. Sei que quero estudar, fazer mestrado em teatro na cidade de Porto Alegre e rodar o país com um
trabalho. No momento sei que quero isso.
LA: O
que você ainda pretende conquistar futuramente?
SP: Meu
mestrado e voltar a dar aulas de teatro
LA: Algum
projeto novo? Detalhes?
SP: BR-TRANS
acabou de estrear, preciso me dedicar à carreira desse novo trabalho, mas em outubro estamos indo à Porto Alegre
fazer temporada dos espetáculos de repertório do Coletivo As Travestidas e
também fechando apresentações por Rio e Sampa.
Pense Rápido
Rodar o mundo trabalhando
Um
desejo
Continuar fazendo Teatro
Medo
Perder o foco
Orgulho
Do que conquistei e da pessoa que me
transformei
Uma
pessoa
Minha mãe.
Encenar
Transformar em físico aquilo que sou por
dentro
Agradecimentos
Mãe, As Travestidas, meus alunos, Grupo
Parque de Teatro, Inquieta Cia. de Teatro, Paulo Ess, Sandro Ká, Jezebel De
Carli, André Haguette, Regina Jaguaribe, ao Cariri e ao público em Geral.
Silvero
Pereira por Silvero Pereira
Uma bichim, um menino, um
guri, uma criança que mesmo adulto ainda consegue fazer de maior alegria, de
sua maior brincadeira, uma profissão.
Engenharia Erótica Foto: Divulgação |
Engenharia Erótica Foto: Divulgação |
Crucificação inspirada em quadro do artista espanhol Salvador Dalí
Foto: Divulgação
|
BR Trans Foto: Divulgação |
Foto: Thyago Nogueira |
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